O Conselho Universitário da Unesp aprovou, no dia 29 de junho, o ingresso da Universidade no Vestibular Paulista Seriado a partir de 2024.
Esta nova modalidade de ingresso, destinada a estudantes da rede estadual de ensino, tem como base um exame a ser aplicado aos estudantes de ensino médio das escolas estaduais paulistas.
Do conjunto das 3.854 vagas destinadas a egressos de escolas públicas, a Unesp vai oferecer 980 vagas para o Vestibular Paulista Seriado, ou 12,76% do total de vagas dos 136 cursos de graduação da Unesp, em um rol de 64 carreiras.
Das 980 vagas oferecidas em 2024, 343 serão destinadas a alunos pretos, pardos e indígenas.
O número de vagas e a distribuição delas foram definidos a partir de uma proposta da Câmara Central de Graduação que leva em consideração o preenchimento das vagas nas opções de entrada para a graduação da Unesp.
Os cursos menos procurados oferecerão, proporcionalmente, mais vagas para o vestibular seriado. Os percentuais das vagas oferecidas por curso variarão de 10% (cursos mais procurados) a 30% (menos procurados).
Esta modalidade de ingresso baseada no Vestibular Paulista Seriado é um programa que contempla as três universidades estaduais paulistas, em parceria com a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo.
Durante a sessão do Conselho Universitário, o reitor da Unesp, professor Pasqual Barretti, explicou aos conselheiros que a ideia do programa surgiu no âmbito do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) –em abril passado, a Unesp assumiu a presidência rotativa do conselho.
O exame que selecionará alunos das escolas estaduais paulistas para ingressar na USP, na Unesp e na Unicamp por meio desta modalidade será aplicado pela Vunesp.
O plano é que esta prova seja aplicada sem taxas nem deslocamento do estudante, nos moldes do que já ocorre com o Saresp, exame criado para avaliar a rede de ensino.
Neste primeiro ano de implementação, devem ser considerados só alunos do último ano do ensino médio, ampliando gradativamente a todos matriculados nesta etapa.
Na exposição de motivos enumerada pela pró-reitora de graduação da Unesp, professora Celia Maria Giacheti, para a adesão ao Vestibular Paulista Seriado, estão listados o respeito aos critérios de inclusão já existentes no Sistema de Reserva de Vagas para a Educação Básica Pùblica (SRVEBP), o preenchimento de vagas ociosas na graduação e a busca por uma maior proximidade da Universidade com os estudantes do ensino médio regular da rede estadual de ensino.
Atualmente, menos de 20% dos cerca de 360 mil estudantes concluintes da rede básica paulista buscam o acesso ao ensino superior público.
“A adesão ao VPS (Vestibular Paulista Seriado), juntamente com USP e Unicamp, ao que tudo indica, tem grande potencial para contribuir para que a Unesp se fortaleça ainda mais como uma universidade pública, gratuita, plural e inclusiva”, afirmou a pró-reitora de graduação da Unesp, que sustentou que a ampliação das formas de entrada vai “diversificar o perfil do ingressante e possibilitar que alunos vocacionados e talentosos conheçam e ascendam ao ensino superior público”.
A parceria das universidades estaduais paulistas com a Secretaria Estadual de Educação prevê um auxílio a ser pago pela pasta para alunos em situação de vulnerabilidade socioeconômica que ingressem nas universidades estaduais paulistas por meio do vestibular seriado, uma forma de mitigar os riscos de evasão ou abandono durante o curso universitário.
O programa estadual também deve contemplar o oferecimento de bolsas para estudantes do último ano dos cursos de licenciaturas das universidades estaduais paulistas para que cumpram estágios nas escolas da rede estadual de ensino.
Para o reitor Pasqual Barretti, a adesão ao programa deve ser vista pela comunidade universitária como uma questão de interesse público consoante com a missão da Universidade e com o momento do país, que enfrenta desafios para reduzir a evasão no ensino médio e para estimular o jovem a ingressar no ensino superior.
“Um ponto interessante do projeto é a aproximação da universidade com o ensino médio. A ideia é fazer com que o aluno do ensino médio veja sentido em concluir e seguir com os estudos, além de ter algum apoio para fazer uma universidade. Hoje, eles vão se autoexcluindo (do sistema de ensino público) na medida em que têm dificuldades crescentes, às vezes de poder socioeconômico e às vezes de pensar que não vão conseguir, que a universidade não é para ele. Essa construção que as universidades fizeram junto com a secretaria de educação é para tirar isso de cena”, afirma o reitor da Unesp.