As discussões sobre o atendimento do Pronto-Socorro do Hospital Regional de Ilha Solteira (SP) são comuns.
E crescem ou diminuem, dependendo do ciclo, principalmente, de doenças como dengue e gripe. Mas, nas últimas semanas, as reclamações dispararam.
No centro da discussão está o número de pacientes que passam, diariamente, pela unidade. Para esse grupo, falta funcionários e médicos. Já para o HR, o volume está além da capacidade de atendimento.
Outro fator é que, para o HR, parte dos pacientes que procuram o Pronto-Socorro poderiam buscar atendimento nas Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF), por não serem considerados casos de urgência e emergência.
Porém, esse procedimento não está claro para a população, o que a Prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde, analisa como mudar.
A Secretaria de Saúde, inclusive, ficou de enviar uma relação de serviços, exames e procedimentos que são realizados nas UBSFs e que poderiam desafogar o Pronto-Socorro.
Até o momento, esta relação não foi disponibilizada para divulgação.
Independentemente da causa, as reclamações em relação ao atendimento são muitas. Na última terça-feira (30), por exemplo, uma moradora da zona rural de Ilha Solteira deu entrada com a filha na unidade, às 18h36, com dor de garganta e febre.
Ela só deixou a unidade depois da 1h da madrugada de quarta-feira (1º/05).
“Ficamos aguardando até às 21 horas e nada. Pedi um termômetro emprestado e a febre tinha aumentado. Ela começou a chorar de dor e sempre sonolenta. Tentava beber água e não conseguia, pois estava com muita dor. Por volta da meia-noite, uma moça ficou alterada lá dentro. Foi quando chamaram umas dez pessoas para aguardar atendimento em um corredor. Mas só foram atender depois da uma hora da manhã, porque fui reclamar”, disse a moradora.
Volume
O Ilha News e o Ilhadenoticias estiveram, no início da semana passada, no Hospital Regional, conversando com a administração da unidade. No dia, era grande o movimento no Pronto-Socorro.
O HR mantém três médicos atendendo no PS de segunda a sexta, das 7h às 19h, horário de maior fluxo.
Das 19h à meia-noite, são dois profissionais, e um da meia-noite às 7h. Já aos finais de semana, são dois das 7h à meia-noite e um durante a madrugada.
A direção afirma que parte dos pacientes que procuram a unidade, são de atendimento ambulatorial, ou seja, que poderiam passar pelas unidades de saúde do município.
Nas últimas semanas, de segunda a sexta, pelo menos 150 pacientes têm passado, em média, pelo Pronto-Socorro, diariamente.
Para a direção, é muito para o tamanho da cidade. “É um Pronto-Socorro para atender urgência e emergência, mas não negamos atendimento ambulatorial. Mas, chega uma hora que não dá”, informou a unidade.
Ao chegar na unidade, o paciente passa por uma triagem e recebe uma classificação de risco. Os que recebem a cor verde, serão atendimentos só após os casos classificados como amarelo e vermelho.
E, nesses casos, a espera pode ser de, no mínimo, duas horas.
A direção também destaca que, em muitos casos, esse prazo que parte dos pacientes permanece no Pronto-Socorro, não é só para atendimento.
Muitos aguardam, também, resultados de exames. “Ele pode ficar esperando, mas passa pelo médico, faz exame e sai com a receita”, informou a direção.
Reforma e mudança
No meio disso, ainda está a reforma do Pronto-Socorro do Hospital Regional. Ela começou há dois anos e, sem recursos, está, parcialmente, paralisada.
A administração concentrou os recursos recebidos do Governo do Estado, R$ 700 mil, e próprios na parte interna, que está bastante adiantada. Já a externa, onde ficará a recepção, está paralisada, à espera de mais dinheiro.