Um projeto financiado pela CTG Brasil, segunda maior geradora privada de energia do País, e executado pela startup de biotecnologia Bio Bureau foi um dos vencedores da edição 2019 do Prêmio Brasil Bioeconomia, a mais importante premiação sobre biotecnologia do País.
A iniciativa, ganhadora na categoria Ideias, foi a pesquisa de controle biotecnológico do mexilhão-dourado, espécie invasora de origem asiática que afeta a operação das hidrelétricas e reduz a geração de energia elétrica dos empreendimentos.
A cerimônia de entrega do prêmio ocorreu, na última quinta-feira (8), durante o Fórum Brasil Economia 2019, uma iniciativa da Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI).
Realizado em São Paulo, o evento reuniu mais de 200 representantes da indústria, governo, imprensa, investidores, academia e sociedade civil.
A CTG Brasil foi representada na premiação pelo gerente de Meio Ambiente, Rogério Marchetto e pelo gerente de Pesquisa & Desenvolvimento, Carlos Nascimento.
O prêmio foi recebido pelo sócio fundador da Bio Bureau, Mauro Rebelo.
“O respeito ao meio ambiente e o desenvolvimento de soluções inovadoras para o setor elétrico brasileiro são pilares estratégicos da CTG Brasil. A conquista deste prêmio, reconhecendo o pioneirismo da iniciativa, é uma prova de que estamos no caminho certo, trabalhando com os melhores parceiros para inovarmos e contribuirmos para o desenvolvimento sustentável de nossas operações”, afirma o diretor de Saúde, Segurança, Qualidade, Meio Ambiente e Patrimônio da CTG Brasil, Aljan Machado.
O projeto do controle genético do mexilhão-dourado, realizado no âmbito do programa de Pesquisa & Desenvolvimento da Aneel, é uma pesquisa pioneira no Brasil e tem como objetivo mitigar os impactos econômicos e ambientais causados pelo molusco da espécie Limnoperna fortunei.
Considerado um invasor, ele não tem predadores naturais na fauna brasileira e se aloja nos sistemas de captação de água das turbinas de geração, comprometendo a operação, além de ser um risco para os ecossistemas aquáticos, causando desequilíbrios na fauna e flora locais.
Dentre os prejuízos socioambientais causados pela proliferação desordenada do molusco estão:
- a destruição da vegetação aquática;
- a ocupação do espaço e disputa por alimento com moluscos nativos;
- prejuízos à pesca, uma vez que os peixes não conseguem digerir a casca dura do animal e acabam morrendo;
- entupimento de canos e dutos de água, esgoto e irrigação;
- prejuízos à navegação;
- e impactos à geração hidrelétrica.
No caso da produção da energia elétrica, os moluscos, ao se prenderem às turbinas, grades, filtros e sistemas de resfriamento, reduzem a eficiência dos equipamentos e obrigam as empresas a fazerem paradas para a manutenção das máquinas.
De acordo com a Bio Bureau, a necessidade de retirada dos mexilhões obriga as usinas a interromperem, em média, as suas operações por três dias ao ano, gerando um custo de manutenção que varia de R$ 220 mil a R$ 1,4 milhão anuais.
Para enfrentar este problema, que afeta 40% das hidrelétricas brasileiras, a CTG Brasil, a Bio Bureau e o Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil do Senai (CETIQT) estão pesquisando a criação de um mexilhão geneticamente modificado que gera apenas descendentes estéreis e, assim, reduz as taxas de reprodução do molusco, combatendo a sua proliferação descontrolada.
A erradicação da espécie solucionaria os impactos negativos causados pela infestação nas águas brasileiras.
Para a alteração do genoma, foi utilizada a tecnologia CRISPR, capaz de reescrever o código genético do molusco.
O resultado esperado após 10 anos é controlar a população do mexilhão, livrando o ecossistema dos seus impactos.
Iniciada em 2017, a pesquisa está agora na terceira fase e conta com investimento total de R$ 8,12 milhões.
“O prêmio é um importante reconhecimento dos avanços que estamos alcançando na busca de uma solução definitiva para a infestação do mexilhão-dourado. A tecnologia do Gene-drive ambiental é bastante nova e estamos trabalhando na fronteira do conhecimento para criar um produto inovador, que seja eficaz e ambientalmente responsável”, afirma Rebelo.
Os vencedores do Prêmio Brasil Bioeconomia 2019 foram escolhidos por um painel multidisciplinar de jurados que incluiu representantes nacionais e internacionais da academia, investidores, organismos não-governamentais, órgãos de fomento e das empresas patrocinadoras do evento.
Mais informações sobre o prêmio podem ser obtidas pelo site bioeconomia.com.br/.
CTG Brasil
Criada em 2013, a CTG Brasil é parte da China Three Gorges Corporation, líder global em energia limpa.
Com investimentos em 17 usinas hidrelétricas, entre elas Ilha Solteira e Jupiá, e 11 parques eólicos, o portfólio da empresa hoje tem uma capacidade total instalada de 8,28 GW.
A empresa conta com a dedicação de seus talentos locais e está comprometida em contribuir com a matriz energética brasileira, pautada pela responsabilidade social e respeito ao meio ambiente.
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(Foto: Anderson Timóteo)