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Pesquisador da Unesp de Ilha Solteira usa tomografia em fósseis de jacarés na Ufac

Espécies existiram no Acre entre 5 e 12 milhões de anos atrás
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Foto: Giovanne Mendes/Arquivo pessoal
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O pesquisador Giovanne Mendes, da Unesp de Ilha Solteira, está no Laboratório de Pesquisas Paleontológicas (LPP), no campus-sede da Universidade Federal do Acre (Ufac), em Rio Branco, analisando fósseis das espécies Purussaurus, Acresuchus e Mourasuchus, três jacarés que existiram no Acre entre 5 e 12 milhões de anos atrás.

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Ele pretende descobrir como era a alimentação das espécies, que são diferentes das existentes hoje.

Por meio de tomografias computadorizadas de crânios e mandíbulas dos jacarés, o professor busca informações.

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A partir das tomografias são criados modelos tridimensionais dos fósseis, que fazem parte do acervo do LPP; os modelos serão utilizados nos estudos. Essa técnica está sendo utilizada pela primeira vez no Acre.

Mendes espera não só elucidar o comportamento alimentar dos animais, mas também mostrar a força que tinham ao abrir e fechar a boca.

“Se soubermos o quanto esses jacarés conseguiam abrir a boca e quão forte eram suas mordidas, poderemos ter uma ideia de como se alimentavam e como faziam para capturar suas presas; se mordiam a presa para capturá-la ou se a capturavam e a engoliam inteira”, disse.

A pesquisa está no começo, mas a expectativa para grandes descobertas é das melhores. “Em agosto fui ao Rio de Janeiro fazer tomografia de crânios e mandíbulas de jacarés que existem atualmente, na coleção de herpetologia do Museu Nacional, em crânios e mandíbulas de indivíduos mortos, de espécies que existem até hoje, como o jacaré-do-papo-amarelo e o jacaré-açu”, contou Mendes. “Ano que vem irei aos Estados Unidos realizar outras tomografias de jacarés fósseis e atuais.”

Ele lembrou que o Acre tem muitos jacarés extintos famosos, como o ‘Purussaurus brasiliensis’, que é um dos maiores jacarés do mundo, com cerca de 12 metros de comprimento.

Segundo Mendes, existem poucos estudos que mostram como os animais pré-históricos se alimentavam, principalmente, com técnicas mais avançadas, como tomografia computadorizada.

“Estamos na vanguarda dos estudos desse tipo”, destacou. “É muito bom que isso seja realizado com fósseis do Acre, uma região que possui uma riqueza paleontológica muito grande.”

O professor de Paleontologia do Centro de Ciências Biológicas e da Natureza, da Ufac, Carlos d’Apolito, está recebendo o pesquisador visitante e relatou que o trabalho utiliza material coletado por diversos professores e pesquisadores que trabalharam e atuaram no Estado há décadas, incluindo o próprio Giovanne Mendes.

“O acervo do LPP é muito rico e de extrema importância para a comunidade científica”, ponderou. “Ele guarda alguns dos fósseis mais completos e bem preservados da fauna de répteis gigantes que viveu na Amazônia há milhões de anos, alguns dos quais estão em exibição no nosso museu.”

Fonte: Ufac

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