Um casal de antas que vivia no Centro de Conservação da Fauna Silvestre (CCFS), o Zoológico de Ilha Solteira (SP), desde 2011, foi reinserido na natureza.
De acordo com o site Um Só Planeta, o Zoológico de Ilha Solteira possui ainda várias parcerias técnicas para a reintrodução de outras espécies ameaçadas de extinção, como os tamanduás-bandeira.
Ainda com base na reportagem, uma operação que envolveu mais de 20 profissionais e uma viagem de mais de mil quilômetros “está ajudando na reintrodução de uma espécie que tem um papel ecológico fundamental para preservação das florestas – e que estava extinta no estado do Rio de Janeiro até 2017″.
Em uma ação conjunta entre a CTG Brasil, Ecologic, Instituto de Ação Socioambiental, Refauna e Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), um casal de antas que viviam no CCFS será reintroduzido na Reserva Ecológica de Guapiaçu (Regua), no Rio de Janeiro.
Antes de serem devolvidos à natureza, os animais passam por exames para verificar a presença de doenças específicas, recebem alimentação balanceada e são acompanhados por veterinários, biólogos e outros profissionais.
Segundo o site Um Só Planeta, todo o processo foi autorizado pelos órgãos ambientais – neste caso, pelo Departamento de Fauna da Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo (DeFau/SMA) e pelo Instituto Estadual do Ambiente, órgão ligado à Secretaria de Meio Ambiente do Rio de Janeiro.
“Além de tudo isso, todos os animais que são preparados para reintrodução passam pelo estágio de semicativeiro, que auxilia na sua ambientação com o local de soltura”, explica Giulius Cesare, diretor da Ecologic, empresa responsável pela gestão dos animais do CCFS de Ilha Solteira.
Extinção
As antas ficaram extintas no Rio de Janeiro de 1914 a 2017. Atualmente, de acordo com o site Um Só Planeta, existem apenas 12 antas em todo o estado.
A espécie ainda é considerada extinta no Sul do Brasil, encontra-se ameaçada no Cerrado e tem as suas maiores populações no Pantanal e na Amazônia. No Rio de Janeiro, esse trabalho de restauração é feito pelo Refauna – ONG com foco na refaunação da Mata Atlântica – com a ajuda de parceiros como o Instituto ASA, que coordena o projeto ANTologia, a REGUA e o IFRJ.
O que diz a CTG Brasil
A CTG Brasil informou ao Ilha News, por meio de nota, que as antas foram os primeiros animais a serem reintroduzidos por meio deste modelo de parceria técnica.
A concessionária da UHE Ilha Solteira esclareceu ainda que o CCFS é um centro de manejo da fauna silvestre do Cerrado e da Mata Atlântica e um dos seus principais propósitos é apoiar e participar de projetos científicos, objetivando a conservação de espécies ameaçadas de extinção e reintrodução deste animais à natureza.
Ainda de acordo com a nota, parcerias para reintrodução de outras espécies deverão ocorrer futuramente com animais que apresentarem condições para viverem na natureza.
Questionada novamente sobre a reabertura do CCFS para visitação, a CTG Brasil reafirmou que o zoológico “continua em pleno funcionamento” desde 02 de janeiro de 2020, quando iniciou a gestão e manutenção pela Rio Paraná Energia.
Explicou ainda que o programa de visitação permanece suspenso, temporariamente, “tal como ocorre em todas as demais Usinas Hidrelétricas operadas pela CTG Brasil, em decorrência das diretrizes internas de Saúde e Segurança”.
Confira abaixo a nota da CTG Brasil na íntegra:
O CCFS de Ilha Solteira é um centro de manejo da fauna silvestre do Cerrado e da Mata Atlântica e um dos seus principais propósitos é apoiar e participar de projetos científicos, objetivando a conservação de espécies ameaçadas de extinção e reintrodução destes animais à natureza,com apoio de instituições parceiras especializadas. As antas foram os primeiros animais a serem reintroduzidos por meio deste modelo de parceria técnica.
Parcerias para reintrodução de outras espécies deverão ocorrer futuramente com animais que apresentarem condições para viverem na natureza. Cabe mencionar que os animais encaminhados ao CCFS pelo Corpo de Bombeiros e pela Polícia Ambiental, após tratamento e reabilitação, também são devolvidos à natureza.
Importante esclarecer ainda que o CCFS, desde o início da gestão e manutenção pela Rio Paraná Energia, em 02/01/2020, esteve e continua em pleno funcionamento. O que permanece suspenso, temporariamente, é o Programa de Visitação, tal como ocorre em todas as demais Usinas Hidrelétricas operadas pela CTG Brasil, em decorrência das diretrizes internas de Saúde e Segurança.