A megaoperação realizada nesta terça-feira (30) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em conjunto com a Polícia Militar, com objetivo de combater a atuação da facção criminosa PCC em Ilha Solteira (SP), Pereira Barreto (SP), Castilho (SP) e Três Lagoas (MS) cumpriu 20 mandados de prisão temporária.
A operação, que contou com o apoio do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul e da PM sul-mato-grossense, é resultado de uma investigação iniciada em 2017 e que durou oito meses.
Nessa investigação foi constatado que diversos traficantes membros da organização criminosa estariam atuando nas cidades da região de maneira coordenada para a distribuição de drogas.
Promotores do Gaeco acompanharam o cumprimento dos mandados. Durante o período de investigação, 14 pessoas foram presas.
Hoje, mais 20 pessoas foram presas por mandado e outras seis pessoas em flagrante.
A operação contou com a participação de 150 policiais militares e se estendeu até Três Lagoas, onde três traficantes foram presos.
Os investigados serão processados pelos crimes de “integrar organização criminosa”, “tráfico” e “associação para o tráfico de drogas”.
O promotor do Gaeco, Marcelo Sorrentino Neira, e o tenente-coronel PM Fábio Renato Basílio, acompanhados do major PM Marcelo Severino Batista, concederam entrevista coletiva à imprensa ao final da operação que chamou a atenção da cidade e da região.
Na coletiva, as autoridades esclareceram como a facção criminosa da capital paulista estava atuando na região e quais eram os objetivos.
A entrevista foi concedida na sede do batalhão da PM, onde foi montado o centro de comando da operação.
O tenente-coronel Basílio explicou que as cidades pequenas são alvos em potencial desta facção criminosa. Por isso, a PM busca minar essa atuação com essas operações.
O promotor iniciou a entrevista dizendo que os nomes dos presos, bem como os áudios de interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça, não seriam divulgados para não atrapalhar o andamento da investigação.
Marcelo Sorrentino Neira disse ainda que o “objetivo maior” da operação foi combater a expansão do PCC no Estado.
“Ilha Solteira, Pereira Barreto, Castilho, por ser cidades pequenas, não as livra de ter criminosos que são membros atuantes dessa facção”, enfatizou o promotor do Gaeco.
A PM informou que o objetivo da facção é expandir as atividades não só no Estado de São Paulo, como em todo o país.
Porém, de acordo com o tenente-coronel Basílio, a PM está pronta para combatê-los. “Aqui se impera a lei e a ordem”.
O representante do MP disse também que o PCC atua no interior do Estado com tráfico de drogas constante, como forma de arrecadação de dinheiro, com a arregimentação do maior número de membros para a organização criminosa. “É o que apontam todas as investigações que fizemos”.
Foram apreendidas três armas de fogo, 120 gramas de drogas e R$ 1,5 mil em dinheiro.
O promotor do Gaeco revelou que a maioria dos presos já tinha passagem pela polícia.
Alguns foram presos em outra ação do Gaeco, em 2011, processados, condenados, cumpriram pena, foram soltos e, hoje, foram presos novamente por envolvimento com o tráfico de drogas.
O promotor acredita que a operação trará reflexos positivos nas estatísticas criminais e também na percepção da sociedade.
“Tenho certeza que esse trabalho de meses e meses surte um efeito imediato. Na prática, muitos crimes deixam de ser praticados por essas pessoas. O maior objetivo é a tranquilidade e sossego da sociedade”.
Segundo ele, a célula da facção criminosa em Ilha Solteira “tem a intenção muito clara de expansão – com contatos em Pereira Barreto, Castilho e Três Lagoas – de seus integrantes e atividades criminosas. Com uma ação desse porte, isso é freado”.
Marcelo Sorrentino Neira afirmou ainda que a vigilância tem que ser constante, pois a facção visa lucro a partir do tráfico de drogas, roubos e vendas de armas.
O promotor do Gaeco finalizou a entrevista tranquilizando a população de Ilha Solteira e região. “As pessoas de bem podem acreditar nas autoridades do Estado”.