A morte da estudante universitária Maria Júlia Martins Coutinho completou um ano no dia 9 de abril e ainda aguarda julgamento do acusado Jean Gomes de Menezes Santana.
A defesa do réu já foi intimada para apresentar alegações finais em forma de memoriais, mas não o fez. Ao contrário disso, fez novamente pedido que já havia sido indeferido, em “proceder manifestamente protelatório”, considerou o juiz Fauler Félix de Ávila.
Os advogados de Jean insistem em ter acesso ao celular da vítima. “Atos deveras reprováveis e procrastinatórios” praticados pela defesa.
A propósito, considerou o juiz, Jean é o maior prejudicado com a demora no julgamento, pois está preso cautelarmente há mais de um ano.
Para o juiz, a “diligência é manifestamente descabida”. Afinal, se a defesa tivesse intenção efetiva de acesso ao aparelho celular da vítima como justifica “apenas para analisar e produzir provas com mensagens de texto e conversas travadas entre ambos, poderia ter apresentado o conteúdo aludido de seu próprio aparelho”.
O juiz indeferiu todos os pedidos da defesa e intimou novamente os advogados, “de forma derradeira”, para que apresentem as alegações finais em forma de memoriais, sob pena de destituição e intimação pessoal do acusado para constituir novo advogado.
Relembre o caso
Maria Júlia, de 17 anos, foi atacada por Jean, seu ex-namorado, na esquina da viela onde morava com colegas de faculdade, no Passeio Batalha.
Ela seguia para o campus II da Unesp de Ilha Solteira, quando foi surpreendida por Jean, que estaria escondido atrás de um muro com uma faca.
Desesperadas, colegas ainda tentaram socorrer a jovem universitária, mas Maria Júlia não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Exame no corpo da universitária apontou 35 facadas.
Jean Gomes fugiu de carro levando a faca utilizada no crime. O carro foi encontrado horas depois em uma fazenda, mas ele conseguiu fugir.
Jean foi preso pela Polícia Militar dois dias depois, em Pereira Barreto (SP), quando tentava pegar carona. Na chegada a Ilha Solteira, uma multidão aguardava pedindo por justiça. O ex-namorado acabou confessando o crime.