O enterro da universitária Maria Júlia Martins, de 17 anos, foi marcado por muita comoção, nesta terça-feira (10), às 14 horas, em General Salgado (SP). Familiares e amigos prestaram homenagens durante o velório e sepultamento. Colegas da Unesp também estiveram presentes.
A jovem foi morta a facadas pelo ex-namorado, Jean Gomes, de 28 anos, na tarde de ontem (9), quase em frente à ‘república’ onde morava com as colegas, na viela de 400 do Passeio Batalha, zona norte de Ilha Solteira (SP), a poucos metros do Campus II da Unesp, onde ela cursava Zootecnia.
De acordo com a polícia, o ex-namorado é o principal suspeito e deve responder por feminicídio. Logo após o crime, Jean fugiu com a ajuda de um primo e o carro utilizado no assassinato foi localizado na Fazenda Lagoinha. O primo chegou a ser preso, mas foi ouvido e, na audiência de custódia, foi determinada fiança de um salário mínimo e liberado. Ele deve responder por favorecimento pessoal. Jean continua foragido.
Maria Júlia e Jean teriam terminado o relacionamento no fim do ano passado. Apesar de a polícia informar que o namoro durou três anos, há dados de uma rede social que indicam que a vítima e o autor estariam juntos desde 2013.
Ainda segundo a polícia de Ilha Solteira, não havia nenhum registro de agressões ou ameaças durante o relacionamento. Os pais teriam dito ao delegado Miguel Rocha que o namoro seria conturbado e que pediram que ela terminasse com Jean.
Ontem, colegas de faculdade e a comunidade ilhense realizaram uma vigília, que saiu do campus central da Unesp e foi até a Delegacia de Polícia. Hoje, grupos de estudantes continuaram a discussão sobre a violência contra as mulheres.
Durante as últimas homenagens, amigos e familiares pareciam não acreditar que a vida da universitária havia sido tirada de uma forma tão brutal.
O diretor da Unesp de Ilha Solteira, Enes Furlani Júnior, o vice-diretor Ricardo Ramos, o presidente da Câmara Municipal, Rodrigo Batista Gonçalves, o Kokim (PPS), e o vereador Eduardo Vasconcelos também participaram do velório e enterro.
A Unesp e a Prefeitura decretaram luto oficial. A Câmara Municipal emitiu uma nota de repúdio contra “todo e qualquer ato de violência e ameaças, em qualquer situação, sob qualquer pretexto”. A Unesp também repudiou “quaisquer atos de violência ou de desrespeito aos Direitos Humanos que envolvam pessoas ligadas ou não à instituição”.
Entenda o caso
Maria Júlia Martins, de 17 anos, foi atacada pelo ex-namorado na esquina da viela onde morava com colegas de faculdade. Ela seguia para a faculdade, quando foi surpreendida por Jean. Desesperadas, colegas ainda tentaram socorrer a jovem universitária, mas Maria Júlia não resistiu aos ferimentos e morreu no local.