A barragem da UHE Ilha Solteira, no rio Paraná, está entre as cinco da região noroeste paulista que serão fiscalizadas após a tragédia em Brumadinho (MG). De acordo com resoluções de agências do Governo Federal, serão fiscalizadas imediatamente 3.387 estruturas em todo o país.
Órgãos estaduais e federais, como a Agência Nacional de Águas (ANA) e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) farão as fiscalizações, que foram determinadas após o rompimento da barragem da Mina do Feijão, que matou mais de 100 pessoas, até o momento.
A UHE Ilha Solteira entrou em operação em 1973 e tem um reservatório de 1.195 quilômetros quadrados. As outras barragens a serem fiscalizadas são: Três Irmãos, Nova Avanhandava, Jupiá e Água Vermelha. Das cinco, apenas Três Irmãos aparece na classificação como barragem de risco médio. Ilha Solteira foi classificada como risco baixo.
Uma segunda classificação, que é de dano potencial associado, está ligada aos impactos sociais econômicos e ambientais que um possível acidente pode causar. Nessa categoria, todas as hidrelétricas da região aparecem como de dano potencial alto.
Todas as hidrelétricas do noroeste paulista são administradas por concessionárias e, diferentemente da barragem de Brumadinho, não são feitas de barro. Na usina de Ilha Solteira, por exemplo, que é a maior do Estado e a sexta do país, a barragem tem 5,6 mil metros de extensão, sendo 4,6 mil de terra com pedras e mil metros de concreto.
Em nota, a CTG Brasil enviou posicionamentos sobre as barragens que opera. Leia na íntegra:
A CTG Brasil informa que suas barragens operam em condições normais e sem qualquer irregularidade que possa comprometer a segurança das estruturas e das comunidades. Todos os empreendimentos operados pela empresa foram listados como de baixo risco na classificação publicada nesta terça-feira (29) pela Agência Nacional de Águas (ANA).
A categoria de Dano Potencial Associado (DPA) alto, previsto na Política Nacional de Segurança de Barragens, representa uma avaliação que envolve critérios como o tamanho da usina e o volume populacional do entorno, não tendo relação com o nível de risco de eventuais acidentes envolvendo os reservatórios.
A empresa conta com equipes de Segurança, Operação e Manutenção altamente especializadas e qualificadas, e processos internos criteriosos e consolidados, abrangendo desde o monitoramento geotécnico regular das barragens até rigorosos controles de manutenções preventivas. Todas as atividades e processos da CTG Brasil têm como base a legislação e regulação do setor elétrico, que determina um conjunto de normas e procedimentos que têm sempre como objetivo garantir a segurança das usinas e barragens, dos reservatórios, das comunidades e da operação e geração de energia para o País. Além disso, a empresa realiza um intenso e permanente trabalho de controle e monitoramento das condições de segurança de suas barragens, por meio dos quais é possível identificar qualquer comportamento anômalo. São processos técnicos e de gestão criteriosos e bem definidos, que estão suportados por uma equipe capacitada, recursos tecnológicos adequados e em total conformidade com as diretrizes definidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Desse modo, podemos afirmar que todas as barragens estão seguras, e os processos relacionados à manutenção da segurança estão em conformidade com a Lei de Segurança de Barragem.
As barragens das usinas hidrelétricas são totalmente diferentes das barragens de rejeito, tanto em relação à finalidade quanto à estrutura. As barragens de usinas hidrelétricas, que têm como finalidade reservar água para a produção de energia elétrica, são construídas com materiais específicos, adequados para a sua estabilidade, e que possuem rigorosos controles tecnológicos, elevando consideravelmente seus níveis de segurança. Situações que remetem a problemas estruturais são previamente detectadas e costumam ocorrer na fase de construção das usinas ou em situações de operações indevidas durante eventos climáticos extremos. As barragens controladas e operadas pela CTG Brasil são barragens consolidadas e monitoradas constantemente ao longo de anos e, portanto, plenamente seguras.
(Foto: Henrique Manreza)