A Cooperativa Campo Verde de Ilha Solteira (SP) está desempenhando importante trabalho no escoamento da produção dos três assentamentos ilhenses, Cachoeirinha, Estrela da Ilha e Santa Maria da Lagoa.
São 123 pequenos produtores cooperados, que produzem mensalmente cerca de 20 mil quilos de verduras e legumes, além de quase dez mil litros de leite.
O presidente da cooperativa, Mouraci Noel, o Moura, disse que o escoamento é possível graças a um projeto desenvolvido há dois anos de doação simultânea, em parceria com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Apesar da prosperidade da produção, a cooperativa enfrenta dificuldades pela falta de apoio do município. Moura lembrou que, quando assumiu a cooperativa, havia uma dívida de R$ 125 mil que foi quitada no início de sua gestão. Após o equilíbrio das contas foi possível comprar um caminhão e um trator.
O presidente da cooperativa explicou como funciona o projeto de doação simultânea e como poderia ampliar essa iniciativa.
Segundo ele, na doação simultânea a Conab compra a produção dos cooperados e depois os alimentos são distribuídos para 12 entidades assistenciais de Ilha Solteira, Itapura e Pereira Barreto, que redistribuem os alimentos às famílias cadastradas.
“O trabalho do dia-a-dia da cooperativa é de trabalho de campo, discutindo a produção e ainda o trabalho social entre os cooperados”, disse Moura.
Para o presidente, a cooperativa é de grande importância para a geração de renda para os produtores e também beneficia entidades que recebem os alimentos.
“As entidades não querem que pare. É um projeto importante para as duas partes”, disse Moura, que revelou que a prefeitura não vem comprando o suficiente da produção dos assentamentos do município.
“A prefeitura fala que compra do produtor, mas na verdade a maior parte compra do mercado. A participação na licitação ou outras burocracias atrapalham que a gente venda para a prefeitura. Por lei, a prefeitura deveria comprar 30%, mas não houve a chamada pública para isso, para que todos os produtores interessados pudessem participar”, disse Moura.
O presidente da Cooperativa Campo Verde revelou também que a parceria com a Conab só foi possível porque o prefeito de Itapura assinou o projeto, que não foi assinado pelo prefeito ilhense.
Moura disse que apesar disso as famílias atendidas estão satisfeitas. “Quem vem pegar entende que o assentamento produz, só que a maioria da população acha que não”, considerou.
Sobre a venda para os supermercados, Moura afirmou que é necessário o compromisso com a meta de produção, mas para isso, os assentamentos necessitam de assistência técnica, que poderia ser viabilizada pelo município.
“Para atender os mercados, eles querem garantia de quantidade e qualidade. Mas queremos chegar lá. O município, se quiser, pode ajudar. Precisamos também de um barracão, onde poderíamos fazer a seleção dos produtos e embalar. Outra proposta é a criação de uma loja da cooperativa, para que possamos vender produtos aos nossos cooperados a preços melhores”, finalizou.
Fonte: Jornal da Ilha
