A Polícia Civil de Ilha Solteira (SP) concluiu que os produtos utilizados na escova progressiva de Lidiane Ferreira dos Santos, de 31 anos – que morreu dias depois de fazer o procedimento em um salão de beleza da cidade – não continham formaldeído, popularmente conhecido como formol.
A conclusão da investigação consta de relatório encaminhado à Justiça, com base nos laudos que apontaram a inexistência de formaldeído na composição química de dois frascos apreendidos no salão de beleza, um lacrado e o outro que tinha sido utilizado nos cabelos de Lidiane.
Além dos resultados dos exames, a Polícia Civil também ouviu testemunhas, médicos, enfermeiros, cabeleireiros e funcionários do salão de beleza.
Com base nisso, o delegado Miguel Gomes da Rocha Neto não identificou indícios contra os funcionários ou proprietários do salão por homicídio culposo.
“Não há nexo de causalidade entre a morte da vítima e o uso do produto pelo salão. Se os laudos comprovassem a presença de formaldeído, a investigação tomaria um rumo diferente. Com presença, seria um indício de que as queimaduras encontradas na vítima foram causadas pelo formaldeído”, explicou o delegado.
Rocha Neto disse ainda que a Justiça determinou mais algumas diligências e pediu que os funcionários e donos do salão fossem ouvidos novamente.
Depois disso, será feito um novo relatório e encaminhado para a Justiça. O Ministério Público vai analisar toda a documentação enviada pela Polícia Civil e decidirá por uma ação penal ou arquivamento do caso.
Lidiane fez o procedimento no dia 6 de dezembro de 2019. Em seguida, começou a passar mal e a sentir queimação pelo corpo enquanto retornava para casa. Porém, foi internada somente seis dias depois.
Após ser diagnosticada com quadro alérgico, Lidiane aguardava transferência para a Santa Casa de Araçatuba (SP), mas sofreu uma parada cardiorrespiratória e morreu no dia 16 de dezembro.
O corpo de Lidiane foi enterrado no dia 17 de dezembro, no Cemitério Municipal de Ilha Solteira, sob forte comoção de familiares.